quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

PAULO EVARISTO ARNS: O DOM DA CORAGEM E DA ESPERANÇA


Dom Paulo Evaristo Arns pertence à história do Brasil com o brilho dos homens que defendem a paz, a tolerância, a democracia e o respeito às diferenças, principalmente nos momentos de totalitarismo e exceção.

Sua morte aos 95 anos de idade e há 12 dias do Natal nos faz pensar em quantas vezes esse líder humanitário renasceu e colocou os interesses nacionais e humanitários acima das ideologias, religiões e das paixões políticas.

Pois Dom Paulo reuniu outros credos e lideranças religiosas para mostrar ao país da ditadura e também aos políticos da democracia que era preciso vencer os limites da nossa própria ideologia para que o Brasil fosse melhor para os brasileiros.

Dom Paulo sentou com os militares para defender o direito à critica e à diferença. O arcebispo de São Paulo sabia que seria hostilizado mas foi em frente na defesa de brasileiros, que inclusive discordavam dele em outros aspectos.

Não há dúvidas de que o Brasil se ressente da falta de lideranças como ele. Que para além de semeador da esperança e da luta; de agregador foi também o pastor que idealizou e trabalhou na Pastoral da Criança; vendeu bens da arquidiocese para que os recursos servissem à construção de habitações populares e centros comunitários e; fomentou melhoras na educação e no combate a pobreza extrema.

Num ano difícil para o Brasil e para o mundo em que nomes fundamentais da cultura e do esporte se foram, ano de surpreendentes eleições, prisões de políticos e empresários e impeachment; a morte de Dom Paulo nos lembra sua luta e sua fé no homem brasileiro que levanta de manhã todos os dias para construir uma nação.

Aldo Moraes


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