sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ALDO MORAES É DESTAQUE ESPECIAL NO CONCURSO METACANTOS 2015



O concurso recebeu poemas sobre a arte de escrever poemas enviados 
por 327 autores, cerca de 600 poemas já que muitos autores enviaram mais
 de um poema.
Eis o link para o resultado:
http://literacidade.us7.list-manage1.com/track/click?u=792170a49fd3d4da6916db432&id=d60b64458e&e=06e928d1d7

O poema . O que é ?

Ver chover é um nada
Que salta do mais escuro
E dobra-o indefeso lápis
Como faz com o obscuro.

O sítio, o armadilhado
Encruzilhado poder, inspiração
Que não causa sentimento
Sofrimento ou bem algum.

Mas se curva a pena
Como a água por fazer
Brota a vida de uma cena
No papel de um só prazer.

Mas que papel, esse?
Que revela, tanto acende
Que é palha, é fogo e é
Fogueira que consente?

E que vida é esta,
Que quando não chora
Poesia, desembesta numa chama,
Que não se via
E há muito não se ardia?

Que tinta, que papel,
Quem dá a garantia( ? )
Pois permita inferno ou céu
Noite branda, tarde ou dia.

E esta vida, do nada
(papel manchado de ilusão )
ao nada, será, vai voltar
(outros papéis se mancharão )?

O que é o poema?
O que é a tinta ?
Para que foi feito o papel?
Para a ilusão das métricas-livres-decassílabos?
Para a afirmação da língua?
Ou a escravidão dos homens?
Ou ambas-todas?

Ambas coisa –coladas,de um lado claro véu que nada oculta e que se chama realidade vista.
Realidade apreendida.
E que o instante, o papel e o homem nu transformam em poesia.

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