segunda-feira, 13 de abril de 2015

LITERATURA LATINO-AMERICANA PERDE EDUARDO GALEANO

Morre, aos 74 anos, o escritor uruguaio Eduardo Galeano Nauro Júnior/Agencia RBS
 
 
O escritor Eduardo Galeano morreu, aos 74 anos, na manhã desta segunda-feira. De acordo com o jornal uruguaio El País, o autor de As Veias Abertas da América Latina estava em sua casa, em Montevidéu.

Nascido em Montevidéu em 1940, Galeano começou cedo no jornalismo e na literatura — aos 14 anos, já vendia charges para jornais uruguaios.

Famoso pela multiplicidade (escreveu livros de História, ficção e ensaios), denunciou a opressão no continente latino em As Veias Abertas da América Latina, traduzido para dezenas de idiomas e referência no assunto até hoje. Em Montevidéu, foi chefe de redação do semanário Marcha e diretor do jornal Época, carreira encerrada pelo golpe militar no Uruguai.

Em 1973, foi preso pela ditadura e exilou-se na Argentina para fugir da prisão. Lá, chegou a lançar livros, mas teve a vida novamente dificultada pelo golpe militar liderado pelo general Jorge Videla, em 1976. Para fugir dos esquadrões da morte, refugia-se na Espanha, de onde sai apenas em 1985, quando da redemocratização do Uruguai — e nunca mais deixa a Capital.

Multipremiado, recebeu o prêmio Casa de Las Américas em 1975 e 1978, e o prêmio Aloa, promovido pelas casas editoras dinamarquesas, em 1993. A trilogia Memória do fogo foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai e recebeu o American Book Award (Washington University, EUA) em 1989.

Em 1999, Galeano foi o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation (Novo México). É autor de De pernas pro ar, Dias e noites de amor e de guerra, Futebol ao sol e à sombra, O livro dos abraços, Memória do fogo (a qual integram Os nascimentos, As caras e as máscaras e O século do vento), Mulheres, As palavras andantes, Vagamundo, As veias abertas da América Latina e Os filhos dos dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário