quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CULTURA BRASILEIRA PERDE LUIZ CARLOS GÓES

Morreu na noite desta terça-feira, no Rio, aos 69 anos, o dramaturgo, compositor e escritor Luiz Carlos Góes, vítima de complicações provocadas por um câncer.

Figura presente nos palcos, na televisão e na música, foi um dos pioneiros do teatro besteirol e era um dos principais escritores de humor e teatro da Rede Globo, com longa parceria com Miguel Falabella. Trabalhou também com Eduardo Dussek nos anos 1980, compondo clássicos como "Barrados no baile", "Brega-chique" e "Folia no matagal".
Nascido no Rio, Góes morou ilegalmente nos Estados Unidos no fim da década de 1960, trabalhando em funções como garçom, limpador de pratos e faxineiro. Após passar temporada em Londres, decidiu tornar-se dramaturgo.

Desde 1972 no teatro, estreou na autoria em 1976 com a peça "Síndica, qual é a tua?", que contava com Marília Pêra. A partir daí, teve peças dirigidas por figuras como José Lavigne ("Esse é o ano que é"), Bibi Ferreira ("Noites de cabrita") e Marcus Alvisi ("Boom!", que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Shell e 12 anos de encenações com Jorge Fernando). Com a parceria junto a Maitê Proença em "As meninas" (Amir Haddad), de 2009, venceu o Prêmio da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR).

Ainda na década de 70, Góes começou a colaborar com Eduardo Dussek em composições bem-humoradas que viriam a marcar a carreira do cantor carioca. No início dos anos 80, Dussek fez sucesso com letras compostas em parceria com o colega, como "Barrados no baile", "Brega-chique", "Folia no matagal" e "Seu tipo", famosas na voz de Ney Matogrosso. Foi cantado também por Zizi Possi e Maria Alcina, entre outros.

Na TV Globo, esteve envolvido em diversos esquetes, novelas e programas de humor. Com Jorge Fernando, voltou a colaborar em "Sete pecados", de 2007. Com Miguel Falabella, com quem já mantinha uma relação próxima desde o fim da década de 70, escreveu roteiros para obras como "Toma lá dá cá", "Aquele beijo", "Pé na cova" e "Sexo e as negas".

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