sábado, 14 de junho de 2014

CULTURA E ARTE DA CROÁCIA

Os croatas (croata: Hrvati) são um povo eslavo do sul habitando principalmente a Croácia, Bósnia e Herzegovina e países vizinhos. Há cerca de 4,6 milhões de croatas vivendo na Europa meridional, enquanto estima-se um total de 9 milhões em todo o mundo. Devido a razões políticas, sociais e econômicas, muitos croatas migraram para várias partes do mundo, estabelecendo uma notável diáspora croata.

Grandes comunidades croatas existem em vários países, incluindo Estados Unidos, Austrália, Alemanha, Chile, Brasil, Nova Zelândia e África do Sul. Os croatas são conhecidos por sua cultura única que, através dos tempos, tem sido de diversas maneiras influenciada pelo Oriente e pelo Ocidente. Os croatas são predominantemente católicos e sua língua é o croata.

No século VII os croatas, junto com outros eslavos e com os ávaros, chegaram do norte da Europa para a região onde vivem autalmente. Os croatas estavam abertos à arte e cultura romanas, e antes de tudo ao Cristianismo. As primeiras igrejas foram construídas como santuários reais, e influências da arte romana foram fortes na Dalmácia onde a urbanização foi abundante e tinha um grande número de monumentos. Gradualmente, esta influência foi abandonada e simplificada, alterando as formas herdadas e até mesmo criando edifícios originais.

A maior e mais compicada igreja de base central do século IX é a de São Donato em Zadar. Da mesma época, do mesmo tamanho e beleza nós podemos apenas comparar a capela de Carlos Magno em Aachen. O altar fechado e as janelas destas igrejas foram generosamente decorados com ornamentos superficiais. às vezes, inscrições na escrita croata antiga - glagolítica - apareciam. Logo, as inscrições glagolíticas foram substituídas pelo latim nas bordas dos altares e nas arquitraves das antigas igrejas croatas.
As muralhas de Dubrovnik, patrimônio da UNESCO.
 
A arte românica apareceu na Croácia no começo do século XI com forte desenvolvimento de monastérios e reforma da igreja. Nesse período, muitos monumentos e artefatos importantes e ao longo da costa croata foram feitos, como a catedral da Santa Anastácia em Zadar (século XIII). Na escultura românica croata, acontece uma transformação do modelo decorativo para o figurativo.

Os melhores exemplos da escultura românica são as portas de madeira da catedral de Split, feitas por Andrija Buvina (c. 1220) e o portal de pedra da catedral de Trogir, feito pelo artesão Radovan (c. 1240). Antigos afrescos são numerosos e melhor preservados na Ístria. Neles pode-se observar a mistura de influências do ocidente e do leste europeus. as mais antigas miniaturas são do século XIII - um livro de evangelhos de Split e Trogir.

A arte gótica no século XIV foi apoiada pela cultura das câmaras municipais, promovendo as ordens (como a dos franciscanos) e a cultura cavalheira. Foia Idade do Ouro das cidades dálmatas livres que estavam comercializando com a nobreza feudal croata no continente. O maior projeto urbano daquela época foia construção completa de duas novas cidades - a Pequena e a Grande Ston, e cerca de um quilômetro de muralhas com torres de guarda entre elas (século XIV). Depois da Muralha de Adriano na Escócia, é a maior muralha da Europa. Os tártaros destruíram a catedral românica em Zagreb durante a sua invasão em 1410, mas logo depois de que eles se foram, Zagreb conseguiu o status de cidade livre do rei húngaro Bela IV. Logo depois, o bispo Timotej começou a reconstruir a catedral no novo estilo gótico.

Zadar era uma cidade independente da República de Veneza. Os mais belos exemplos de humanismo gótico em Zadar são esculturas em metal dourado como o Arco de São Simão, feito por artesãos de Milão em 1380. A pintura gótica foi menos preservada, e delicados trabalhos estão na Ístria em afrescos de Vicente de Kastv na Igreja de Santa Maria em Škriljinah próximo a Beram, de 1474. Desta época são duas das melhores e mais decoradas liturgias feitas pelos monges de Split - Hvals’ Zbornik (que está atualmente em Zagreb) e o Missal do duque bósnio Hrvoje Vukčić Hrvatinić (que está atualmente em Istambul).
Catedral de São Jacó em Šibenik, de 1555, patrimônio mundial da UNESCO.
 
 
Uma página ilustrada do missal Colonna de Juraj Klović, Biblioteca Universitária John Rylands, Manchester, Reino Unido.
 
No século XV, a Croácia estava dividida entre três estados - o norte da Croácia era parte do Império Austríaco, a Dalmácia estava sob o domínio da República de Veneza (com exceção de Dubrovnik) e a Eslavônia estava sob ocupação otomana. A Dalmácia estava na periferia de várias influências, e então a arquitetura pública e religiosa com claras influências da renascença italiana floresceu. Três trabalhos daquele período são de importância europeia, e contribuíram para o desenvolvimento posterior do Renascimento: a catedral de São Jacó em Šibenik, terminada em 1441 por Juraj Dalmatinac; a capela de João de Trogir Santificado, 1468, Nikola Firentinac; e a vila de Sorkočević em Lapad, próximo a Dubrovnik, de 1521.

No noroeste da Croácia, o início das guerras com o Império Otomano causou muitos problemas, mas numa visão mais ampla, reforçou a influência do norte (que tinha os austríacos como governantes). Como o perigo permanente dos otomanos no leste, houve uma modesta influência do Renascimento, enquanto fortificações floresciam, como a cidade fortificada de Karlovac em 1579 e a fortaleza da família Ratkay em Veliki Tabor do século XVI. Alguns dos artistas croatas famosos da Renascença viviam e trabalhavam em outros países, como os irmãos Laurana (Vranjanin, Franjo e Luka), o miniaturista Juraj Klović (também conhecido como Giulio Clovio) e o famoso pintor manerista Andrija Medulić (professor de El Greco).

Nos séculos XVII e XVIII a Croácia foi reunificada com as partes do país que estavam ocupadas pela República de Veneza e pelo Império Otomano. A unidade contribuiu para o súbito florescimento da arte em todos os seguimentos. Grandes fortificações com plano radial, canais e e várias torres foram construídas por causa da constante ameaça otomana. As duas maiores estavam em Osijek e Slavonski Brod. Depois elas se tornaram grandes cidades. O planejamento urbano do barroco é sentido em várias novas cidades como Karlovac, Bjelovar, Koprivnica, Virovitica, etc. As cidades da Dalmácia também tiveram torres barrocas e baluartes incorporadas em suas velhas muralhas, como as de Pula, Šibenik ou Hvar. Mas a maior obra barroca aconteceu em Dubrovnik no século XVII após um terremoto catástrófico em 1667 quando quase toda a cidade foi destruída. Uma florescente pintura de parede foi experimentada em todas as partes da Croácia, de afrescos ilusionistas na Igreja de Santa Maria em Samobor, de Santa Catarina em Zagreb à igreja jesuíta em Dubrovnik. Uma permuta de artistas entre a Croácia e outras partes da Europa aconteceu. o mais famoso pintor croata foi Federiko Benković que trabalhou quase toda sua vida na Itália, enquanto um italiano, Francesco Robba, fez as melhores esculturas barrocas da Croácia.

Nas nações austríacas no começo do século XIX o movimento romântico na Croácia foi sentimental, gentil e sutil. No final do século XIX, o arquiteto Herman Bolle se responsabilizou por um dos maiores projetos do historicismo europeu - um longo arco de meio quilômetro neo-renascentista com vinte domos no cemitério Mirogoj em Zagreb. Ao mesmo tempo, as cidades na Croácia realizaram importantes remodelações urbanas. Uma pseudo-construção que enfatiza todas as três artes visuais é o antigo edifício do "Ministério da Reza e da Educação" (chamado de "Salão Dourado") em Zagreb (H. Bolle, 1895). Vlaho Bukovac trouxe o espírito do impressionismo de Paris, e ele influenciou fortemente os jovens artistas (incluindo os autores do "Salão Dourado"). Na "Esposição do Milênio" em Budapeste, eles estavam aptos de estar lado a lado das outras opções artísticas da Áustria-Hungria.

O turbulento século XX reorientou politicamente a Croácia em muitas ocasiões e a afetou de muitas formas, mas não poderia significativamente alterar sua já peculiar posição como encruzihada de muitas culturas diferentes.

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