quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Poema Consciência Negra, de Aldo Moraes


CONSCIÊNCIA NEGRA

Consciência negra

É minha pele, calejada pelo trabalho escravo.

É minha mão, construindo uma esperança.

É minha língua lembrando o dialeto dos antepassados.

São meus generosos braços que se estendem a abraços sinceros em índios, negros e brancos.

É minha mente que se recorda de tudo.

São meus cabelos, tão únicos e difíceis de classificar.

Consciência negra

É minha história que teima em se lembrar.

São meus heróis esquecidos no canto da história.

É minha cultura, meu pranto

A mesa estendida com a beleza do nosso paladar

É o grito na noite, o quilombo, o banto

Consciência negra

É o amor que tenho pela terra mãe

É a barriga que gera conforto aos meninos que nascem

É ser pai, mãe, avô e professor

É ensinar contos de outras épocas

É rodar ciranda na quizomba

É conviver com o homem, o bicho e a planta com o mesmo respeito

É escrever, na longa estrada, versos tão belos ...

Consciência negra

É reconstruir as páginas da memória

É correr o risco de buscar a liberdade

É integrar e nunca se entregar

É ser cada vez mais brasileiro

E estender os povos do Brasil ao mundo ...

Consciência negra é minha fala; apesar de tudo; de ternura, sorriso e de esperança !

( Texto de Aldo Moraes )


Conheça os trabalhos e livros do autor:

http://www.clubedeautores.com.br/authors/38412

http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=66567&categoria=7

http://tramavirtual.uol.com.br/aldo_moraes

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