quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O POETA E O ATOR / ENTREVISTA COM VALDIR RODRIGUES






O POETA E O ATOR


Ele percorreu muitos caminhos ao sair da distante Loanda para chegar em Londrina. Mas quando aportou à pequena Londres, seus sonhos já estavam naquela cidade: o teatro, a poesia ! Os eventos, os shows, as oportunidades !
Novos amigos e um desafio : traçar o que seria a partir daquele instante !
E Valdir se fez e se propôs professor de si mesmo, um ousado, um homem romântico, um ser exemplar, tímido e espalhafatoso ! Uma raridade !

E percorreu outros muitos caminhos até sair de Londrina e chegar à Europa, não sem antes conhecer boa parte do Brasil como ator e como guia turístico.
Mas tudo isto é ele quem conta nesta entrevista ao Blog Arte Brasil.



1) Valdir, conte-nos seus primeiros envolvimentos com a poesia e o teatro?



È difícil dizer exatamente qual foi meu primeiro envolvimento com o teatro e a poesia, o Teatro acho que quando criança, quando brincava de carrinho, quando imitava um cantor, quando brincava de latinha, já a poesia, foi na escola, tudo começa com uma cartinha de amor, depois duas, três, quatro, e quando você vê esta poetando, mas, desde que me lembro... Sempre quis teatro, sempre quis poesia, ora na escola, ora na rua, entre pessoas, observando uma árvore, uma poça d’água, tudo é teatro, tudo é poesia. Acredito que minha sorte maior, foi não ser um daqueles caras que sempre deixava para depois, sempre gostei de ser ator, de ser poeta, e acima de tudo, porque não escolhi, fui convocado, designado, nascido assim, só me faltava acreditar.




2) E como você se definiu como um poeta neo- romântico?



O neo-romantismo foi algo que criei no auge da minha solidão artística, enquanto todos se fechavam em seus grupos, em suas “tribos”, eu periferiava nas artes, estudando, pesquisando, e vez ou outra fazia recitais de poesia, mas como não tinha um livro editado, sempre era posto de lado... Foi então que decidi criar uma forma poética, que permitisse ao poeta ser ele mesmo, sem precisar ser aprovado por grupos, ou tribos, que se julgavam donos da forma poética, fazendo somente a arte pela arte, não a arte pelo povo, uma arte egoísta, que só entravam aqueles que se encaixavam num padrão estabelecido pela suposta elite cultural, foi então, que criei o neo-romantismo, que eram sentimentos expressos como gritos, tentando mostrar sua existência, tentando buscar algo no mundo interior não esquecendo, que o maior universo que existe é o nosso interior, sem medo ou culpa, dando equilíbrio aos conflitos internos ou externos, para que se use como escudo a defender-se e armar-se contra tudo. O Neo-romantismo é a mistura do romantismo lírico épico, com o romantismo contemporâneo, nascendo assim, o NEO-ROMANTISMO. Utilizo também o Neo-romantismo no teatro quando escreve os meus espetáculos, sinto força e liberdade, sinto-me sábio... Louco... Romântico... Triste... Amado... Desiludido?... Enfim, eu sou tudo e não sou nada, não sou sedentário a idéias ou sentimentos, preocupando-se apenas, em cantar o maior sentimento que existe... O amor... Que prescrito do meu interior em um todo, e que às vezes não sou eu mesmo, tentando ver as coisas como elas deveriam ser e não como elas são eu sou apenas, um amante da vida.

Conte-nos um pouco sobre seu trabalho como guia turístico:

Trabalhei 5 anos como guia de turismo, conheci Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás (Pousada do Rio Quente) Santa Catarina, Camboriú , Porto Seguro - Bahia, Rio Grande do Sul, Canela, Gramado, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Serra Gaúcha. E sempre nos restaurantes eu declamava poemas para quem estava jantando ou almoçando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário